Quem procurou azeite recentemente no mercado deve ter se deparado com preços bem mais altos que o normal. Segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços do produto cresceram 26,69%, enquanto a inflação média dos itens da cesta básica ficou em em 4,82%, no acumulado de 12 meses até outubro.
A alta de preços no azeite é a maior em 7 anos, e não parece ter perspectivas claras de melhora. O professor do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), Felippe Serigati, traçou uma das origens da disparada nos preços como a guerra entre Rússia e Ucrânia, em 2022, em entrevista ao Estadão.
Entre outros fatores levantados pelo especialista, a alta do dólar também foi determinante para a subida dos preços.
Crise ambiental
Além dos fatores ligados à geopolítica, a crise climática no mediterrâneo também influenciou os preços altos. Segundo Ricardo Castanho, especialista em azeites e instrutor da Associação Brasileira de Sommeliers – São Paulo, a recente alta nos preços também está ligada aos problemas climáticos nos países do Mediterrâneo.
A região produz cerca de 90% do azeite do mundo, e fenômenos como o El Ninõ e o aquecimento global prejudicaram as plantações. “A Espanha, que sozinha é responsável por produzir aproximadamente metade do azeite do mundo, teve uma perda substancial de sua produção na última safra.”
A alta taxa de importação desse produto pelo mercado brasileiro, também influencia na crise, deixando o Brasil “refém” dos preços das importações.